Educar em Tempos de Estatuto da Criança e do Adolescente

O Estatuto da Criança e do Adolescente costuma ser mal visto por pais e professores por conter mais direitos que deveres. O que será que movia as idéias daqueles que pensaram o estatuto?

Quando nossos legisladores escreveram este estatuto pensaram mais ou menos assim: vamos garantir os direitos básicos de toda criança e deixar para pais e professores a responsabilidade de determinar para cada criança seus deveres. Fizeram isto porque cada criança mora numa casa diferente com rotinas e organização estabelecidas pelos responsáveis pelo lugar. Por isso cabe aos pais, em casa, e aos professores, na escola, estabelecerem os deveres de cada criança.

O estatuto diz, por exemplo, que toda criança tem o direito de ser bem tratada. Mas se a criança não obedece às regras da família ou da escola, pais e professores têm o direito e a obrigação de repreender e castigar. Castigar mesmo, bem do jeito que nossos pais nos castigavam quando éramos pequenos. Afinal, nossos pais nos educaram muito bem. Como dizia minha avó, “criança também ouve com a bunda”.

Pais e professores temem castigar as crianças por confundirem castigo com maus tratos. A professora não pode expor ao ridículo um aluno, mas não apenas pode como tem o dever de advertir, repreender e se necessário castigá-lo para que, para o bem dele, por gosto ou obrigação, aprenda a ler, escrever, contar, ouvir, sentar direito, não brigar, pedir desculpas, dizer obrigado e crescer bem educado.

Assim, quem sabe um dia, adultos, nossos filhos e alunos possam dizer de cabeça erguida que tem tanto orgulho de nós, tanto quanto nós temos de nossos pais.

Claudemir Casarin dos Santos -Psicólogo